CONTEXTO
A área central de qualquer cidade deveria ser sempre seu espaço mais valorizado, porém não no sentido econômico, mas aquele lugar onde a identidade, a história e a cultura de uma região convergem para a formação e orgulho de seu povo, e esse, não é o caso do centro da cidade de São Paulo.
Durante mais de trezentos anos, a cidade de São Paulo e o próprio pais não passavam de uma grande fazenda, servindo como colônia extrativista que abastecia Portugal como os colonizadores queriam. A chegada da família real portuguesa, em 1808, trouxe uma série de mudanças para o local, levando o território ao nível de país no mesmo ano (LAURENTINO GOMES, 2007). A São Paulo que conhecemos hoje se desenvolveu às margens do rio Tamanduateí, e graças ao seu posicionamento geográfico estratégico e uma série de acontecimentos históricos, tais como o ciclo do café, a estrada de ferro Santos-Jundiaí e a chegada de imigrantes europeus, principalmente italianos, no final do século XIX, a cidade se desenvolveu de forma vertiginosa, e, em poucas décadas, passou de vila à grande metrópole, potência econômica com população multiétnica e culturalmente cosmopolita.
Dentro de um contexto tão diverso quanto aleatório, o centro da cidade se desenvolveu a revelia de qualquer planejamento urbanístico voltado para o pedestre, presa fácil para a especulação imobiliária e aos interesses econômicos dos mais ricos. Entre as décadas de 1920 e 1950, o centro de São Paulo viveu seu período de glamour: seus cinemas monumentais, grandes magazines e restaurantes, eram frequentados pela alta sociedade, e as óperas do teatro municipal eram eventos de status para a elite.
Para quem anda nas ruas do centro hoje, é notório o descompasso entre a evolução da cidade e o estado atual do centro. A segunda metade do século XX não foi boa para a região: a especulação imobiliária constante tornou abandonados importantes prédios, os grandes cinemas estão em suma abandonados, a degradação de espaços públicos e a sensação de insegurança fizeram do centro um lugar onde o paulistano em geral não quer estar, apesar de ainda ser um importante polo econômico onde estão instalados a maioria dos prédios da administração municipal (FLÁVIO VILLAÇA, 1993).
A percepção de que o centro é necessário de dia e perigoso de noite, é muito comum entre os paulistanos. As alamedas estreitas e os prédios altos e sem recuo lateral, dão a muitos a sensação de claustrofobia, e como características mais marcante da região, muitos vão apontar o cheiro de urina.
A total falta de banheiros públicos associada ao hábito cultural do homem brasileiro de urinar na rua, deixam o centro em um estado de calamidade sanitária. É comum ver os comerciantes lavando suas frentes com desinfetante de manhã, antes de abrir seus negócios. Essa é uma questão que vem sendo negligenciada pelo poder público e pela sociedade há décadas como se não fosse uma necessidade básica do ser humano.. Bares da região, cobram para que se use o banheiro, enquanto empreendimentos como o Shopping Light, colocam seus banheiros nos andares mais altos para dificultar o acesso de quem não for cliente; novas estações de metrô não tem banheiro; o Terminal Bandeira de ônibus, talvez possua o único banheiro verdadeiramente público da região central, mas ainda é preciso entrar no terminal para usá-lo.
Logo, andar pelo centro com a bexiga cheia pode ser uma experiência bastante ingrata, e as vielas e pontos cegos das ruas, podem se tornar um convite para se aliviar.
A parede é uma opção?
INTERVENÇÃO
ARTE
URBANA
TEMA
FUNÇÃO
OBJETIVO
A falta de banheiro público no centro da cidade de São Paulo.
Trabalhar a questão da falta banheiros públicos e o hábito das pessoas de urinarem nas ruas devido ao caráter culturalmente aceito adquirido.
Estabelecer o questionamento sobre o papel do poder público e o dos cidadãos.
CARÁTER DE TRANSFORMAÇÃO
O caráter de transformação da intervenção é social, política e cultural.
PROJEÇÃO DA INTERVENÇÃO
EXECUÇÃO
INTERVENÇÃO
ARTE
URBANA
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Imagem: GAViK Studio